A IMPORTÃNCIA DO TAMANHO DO NOME...

O Nobre… o Generoso… Artur remete-nos para as lendas dos Cavaleiros da Távola Redonda, a demanda do Graal; é um nome forte, e eu gosto muito dele, pois é o nome do meu afilhado!
Homenagem feita, vejamos como se passa à posteridade… há aqueles que se imortalizam com um nome, outros com dois ou até com três… e há até aqueles que são reconhecidos das três formas: confusos? Quando falamos de César, falamos de Júlio, como lhe chamavam os íntimos, até porque ele provinha da gens Julia; Caio Júlio César, o nome formal; César que originou muitos Grandes deste Mundo, desde a Antiguidade Clássica até ao século XX: Czares e Kaisers, donos disto tudo!
Há até um ex-guarda redes do Glorioso que ficou com o cognome de O Imperador…



É na intimidade que nos nomeiam mais frequentemente com um só nome, das mais diversas formas, mais ou menos carinhosas: António, Toninho, Tó, Toy, Toni; ou até carinhosamente alcunhado: quando era puto fui o Gordo, o meu pai o Zé Gordo, o Imperador Caio Júlio César Augusto Germânico ficou conhecido como Botinhas, alcunha ganha nos acampamentos das Legiões, adorado pelos seguidores de seu pai, vestido de pequeno legionário, calçado com caligae: Calígula!
Por exemplo, curiosa é a origem dos apelidos portugueses: por um lado, os apelidos de origem patronímica; um Miguel, filho de Martim, ficava Miguel Martins (segunda homenagem feita!)… originou os Nunes, os Gonçalves, os Sanches, os Fernandes… depois, a suposta origem judaica nos nomes de arvores e arbustos: os judeus, após conversões forçadas ou forjadas, escolhiam frequentemente Carvalho, Oliveira, Pereira, Pinheiro, Silva… mas verdadeiramente curiosos, são os apelidos com origem em alcunhas, comuns no Alentejo, e um pouco por todo o País: dos mais engraçados que ouvi recentemente, da zona de Abrantes, Peplomato (parece grego, mas na verdade resulta da aglutinação de Pé-pelo-mato!); os alentejanos Bexiga, Chapado, Peçonha e Pós-de-Mina!
O meu avô materno era Marmelo; felizmente, minha mãe e meus tios já nasceram numa época em que o nome de família já estava estabilizado!

Mas recentremo-nos no fundamental: a importância de se chamar Ernesto, ou outra coisa qualquer; e como ficar na história: com um, dois ou três nomes… Iniciemos com a singularidade de um nome apenas… Cristo, Marx, Buda, Hitler ou Churchil são marcas que a história registrou; muito poucos sabem quem foi Siddharta Gautama, Winston Leonard Spencer ou Edson Arantes do Nascimento...
No futebol, a história celebra um nome, no máximo dois, ou mesmo uma alcunha: Garrincha, Mazinho, Pelé, Didi, Vává; Maradona, Cruyff, Beckenbauer...curiosamente, os ingleses já são George Best, Gary Lineker ou Bobby Robson ( porventura porque nenhum inglês é da classe dos Imortais); já na política, os grandes nomes começaram por três, à moda romana, mas ao longo dos séculos os grandes da vida política ficaram registados como se usava entre os gregos: Péricles, e depois, Richelieu, os grandes imperadores, reis e príncipes europeus, Maastricht, Bismark, Napoleão, Churchil ou Disraeli...
Político português é outra história: os grandes do século XX tem um nome: Salazar, Cunhal, Soares...os de esquerda, dois: Almeida Santos, Jorge Sampaio, António Guterres, Álvaro Cunhal, Mário Soares... e os políticos de direita? Francisco Sá Carneiro, Diogo Freitas do Amaral, Pedro Santana Lopes, Manuel Durão Barroso, Pedro Passos Coelho; existem algumas excepções: Paulo Portas e Rui Rio, à droite, e por muito que me esforce, não recordo nenhum grande político da sinistra portuguesa que se apresente com três nomes (daí não augurar grande futuro a Ana Catarina Mendes e Pedro Nuno Santos)!
Deixei para o fim os historiadores, e os nossos...os grandes são Herculano e Mattoso, os do nosso tempo usam todos três nomes...porque será? acérrimos adversários do materialismo histórico?.. ou apenas forma de diferenciar e afirmar o nome num meio cada vez mais saturado de nomes semelhantes (a história é dos Oliveiras e dos Martins!); um dia destes, que espero breve, gostaria de me tornar mais um dos muitos escribas de referência que "produzem" História de Portugal...o meu maior dilema é como me vou chamar, e quais as ilações que outros poderão retirar dessa mesma escolha...
Gostava mesmo de ser um dia lembrado apenas pelo meu nome, tal como os grandes da História, independentemente da impressão que deixe no curso da minha vida, com os outros...





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