ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA...


Pensavam ser uma profunda dissertação sobre a peculiar ortografia do Nobel José Saramago? Nada disso! Prometo a mim mesmo, ser a última vez que escrevo sobre futebol, pelo menos sobre o futebol cá do burgo...enoja-me ouvir ou ler os cronistas da nossa C.C., de tão desonestos intelectualmente que são...uma falta grosseira, comportamento violento, conduta imprudente, fora-de-jogo ou grande penalidade, muda as suas condicionantes consoante a cor da camisola! O ex-árbitro Duarte Gomes apontou o jogo de sábado como exemplar para futuros cursos de arbitragem, e o que ele não disse, foi a quantidade de disparates cometidos pelo senhor Carlos Xistra, e a completa inutilidade do VAR.
Aparentemente, o VAR tem um protocolo especifico, que deve ser respeitado; do meu ponto de vista, o VAR deve servir para repor a verdade desportiva, em toda a sua amplitude. O programa "O dia seguinte", de ontem, elegeu todos os lances polémicos para a discussão televisiva... polémicos? com o VAR a funcionar em pleno, acaba-se a polémica: dois penalties a favor do Sporting, expulsão de Rúben Dias, Mathieu e Bruno Fernandes, um possível penalty de Patrício sobre Rafa, jogada muito promissora aos 90+7, sem qualquer falta na área do Sporting, fora-de-jogo mal tirado a Gelson, em lance prometedor ...
O VAR deveria ser uma máquina, que, ao constatar pisões, cotoveladas, contactos físicos, deveria interromper o jogo; controlar os fora-de-jogo ao milímetro; o VAR deveria ser um SuperSupraArbitro...mas não é isso que querem: querem mais um senhor, sentado, como eu, a ver o jogo, a opinar em cima da opinião do outro senhor...vale de pouco, este modelo, que se instalou numa época particular, a dos mails, do desinvestimento, do Bardamerda, do Sérgio, o Construtor, e que só veio trazer (ainda) mais suspeição ao futebol tuga, não se tornando na mais valia que era expectável: verdade desportiva à séria...sem clubite, com o mínimo de intervenção humana: sei lá, tratem de criar uma aplicação que "veja" o jogo e aplique as regras; sem intensidades. Veja-se o Basquetebol, onde o contacto físico é frequente: até a sinalética das faltas não deixa dúvidas; por exemplo, um bloqueio só é bloqueio se o jogador que o faz tiver os dois pés plantados e o corpo imóvel...mesmo, caso contrário será falta; no Andebol, outro jogo cheio de contacto físico, vejo regras claras e muito pouca discussão à volta do arbitro; há muito que mudar nos regulamentos do futebol, e terá de haver a coragem de o fazer: por exemplo, é incompreensível que Ruben Dias, após sumaríssimo, leve dois jogos de suspensão (e muito bem!) e que Bruno Fernandes, por ter havido intervenção (errada) do arbitro, não possa ter a situação revista; são estas "particularidades" que contribuem para a suspeição constante à volta do nosso futebol, e por isto tudo, cada vez mais gosto do futebol de outros...claro, se não meter Real Madrid, sempre ao colo, mesmo quando é grande! 

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