OS MEUS SENTIMENTOS CONTRADITÓRIOS DE 24 PARA 25 DE ABRIL...

Devia ser proibido morrer a 24,25 e 26 de Abril...durante muitos anos, quando esta data se aproximava, entrava num redemoinho de "mixed feelings", como dizem os anglófonos, devido à minha perca pessoal...é que fiquei sem o meu farol, num trágico pós-operatório, a 24 de Abril...devia ser proibido morrer nas vésperas da Revolução dos Cravos, que, num pack de várias coisas, umas boas umas más, nos devolveu algo fundamental: a liberdade! E na verdade, a Revolução começou a 24!..em Santarém, em Lisboa, em Mafra, na Amadora, no Porto, a fazer figas nos Açores ou nas colónias de então, um bando de oficiais subalternos das Forças Armadas Portuguesas abriram uma porta, que para uns é uma caixa de Pandora, onde se realçam apenas os malefícios da democracia; mas para muitos esta foi a porta que coloriu uma nação cinzenta, amorfa, manietada...ninguém devia morrer no Dia da Liberdade! Aprendi ontem com um sábio que faz o favor de privar comigo, que 25 de Abril é o dia de S. Marcos Evangelista, que morreu a 25 de Abril de 68 d.C., depois de fundar a Igreja de Alexandria...quiçá um dos primeiros proto comunistas da História! Minha mãe era comunista, não por militância, mas por crença...numa sociedade livre, justa, fraterna...ninguém devia morrer a 26 de Abril, logo depois de celebrar e adquirir o direito à livre-expressão, à participação na tomada de decisões, boas ou más, da democracia...Se morrer é uma inevitabilidade, pelo menos aqui, neste retângulo, e nos outros Portugaís  espalhados pelo Mundo, ninguém devia morrer a 24, 25 ou mesmo a 26 de Abril!

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